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Quem Falou? 

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Você Sabia? 

O compositor Belchior, em sua trajetória na música brasileira, procurou desenvolver uma singularidade criadora, não ligada especificamente a nenhum grupo artístico-musical. Para isso, ele investiu em procedimentos discursivos e argumentativos em suas músicas, dentre eles os recursos linguísticos que criam um diálogo polêmico com outros cancionistas, em especial com Caetano Veloso. A conclusão é da pesquisa de doutorado da professora e radialista Josely Teixeira Carlos, que analisou canções de Belchior em estudo na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

De acordo com Josely, um dos recursos linguísticos mais adotados por Belchior é o da intertextualidade. “Ele não somente cita trechos de canções de outros compositores, mas faz intervenções polêmicas junto a essas citações”, afirma. O exemplo mais evidente, segundo a pesquisadora, acontece na canção “Apenas um rapaz latino-americano”, de 1976, na qual inicia a letra citando entre aspas trecho da canção “Divino maravilhoso”, de Gilberto Gil e Caetano Veloso, que diz: “Tudo é divino! Tudo é maravilhoso!”. Ao finalizar a canção, o sujeito do texto se posiciona contrário àquela visão exposta anteriormente afirmando: “Mas sei que nada é divino / Nada / Nada é maravilhoso, nada / Nada é secreto, nada / Nada é misterioso / Não (…)”.

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